Macapá,
21 de dezembro de 2013
Visita a comunidade de Ilha
Redonda, localizada as margens da Br 156, Km 14. Tem como cultura o Batuque e o Marabaixo. Foi a 5ª
a se auto reconhecer e autodefinir, comunidade remanescente de quilombo.
Em 11 de janeiro de 2011, o site QUILOMBOLAS DO AMAPÁ, divulgou um
histórico da comunidade, que disponibilizo abaixo.
HISTÓRICO DA COMUIDADE QUILOMBOLA DE ILHA REDONDA
(Fonte depesquisa: senhor Benedito
Sobrinho Lobo um dos bisnetos da senhora Fostina Siqueira Picanço)
A comunidade de São Sebastião de Ilha Redonda
atualmente fica há margem esquerda da br 210 km 14 da capital Macapá. Tem
cerca 90 famílias morando na comunidade cerca de 9% de seus
descendentes. Ilha Redonda existe a aproximadamente 170 anos, onde
era chamada de São Pedro de Ilha Redonda.
O nome Ilha Redonda vem devido à formação de suas
matas de alagadoe terra firme e campinas de terra firme. As matas de
terra firmes e alagadas acompanham o contorno circular das ribanceiras,
formando em seu centro, grandes áreas de campinas (serrado) ficando uma espécie
de ilha em seu centro. Daí o nome Ilha Redonda.
Por volta da primeira metade do século XIX, uma
família portuguesa de sobrenome Siqueira Picanço Lobo, junto com seus escravos
de sobrenome Tacacá, veio de Marrocos para a colônia Mazagão. Devido à epidemia
abandonou Mazagão e foi se estalar em uma árae rural distante da vila de São
José de Macapá, onde a denominaram de São Pedro de Ilha Redonda.
A família foi se expandido e era detentora de uma
grande área, onde seu limite de norte a sul, atingia do rio Amazonas ao
esparica km 17, de leste a oeste da estrema do curiaú onde na época era fazenda
até as margens do rio Matapí, sua área tinha cerca de 40 mil hectares de
terras.
Sua produção era baseada na e pecuária de grandes e
pequemos animais e a agricultura de roças de mandioca, café, tabaco, cana de
açúcar e pomares de frutas.
Tinha como cultura as festas de criador ou de
santo, onde tais festas eram realizadas com as doações feitas pelas promessas
alcançadas dos devotos de cada santo. Já os negros tinham seus batuques
separados, isso quando tudo ocorria bem nas colheitas.
Com o passar dos tempos a área teve que ser
dividida, os filhos estavam crescido e constituindo famílias e tinha que ocupa
toda a terra, assim foi feito também com os escravos. A área foi dividida em
seis partes: São Pedro da Ilha Redonda, chamada de Fortaleza ou Lagoa dos
Índios. Coração da Ilha Redonda, atual vila coração. Nossa Senhora da Conceição
ou Lagoa de Fora. Retiro São Raimundo de Ilha Redonda, antes São Pedro primeira
propriedade onde tudo começou. São Sebastião de Ilha Redonda, onde atualmente e
a vila da comunidade. Esparica da Ilha Redonda limite ao norte das terras.
O maior desgosto dos patriarcas e matriarcas dessa
família foi ver seus netos e bisnetos constituírem famílias com os netos e
bisnetos de seus escravos. Onde os mesmos foram expulsos e foram viver onde
hoje e a comunidade do Curralinho.
Ao longo dos tempos a população branca de origem
portuguesa foi dando lugar a uma população de pele mais escura devido à
mestiçagem. Onde a cultura predominante passou a ter a forte introdução do
batuque nas primeiras noites de festa. Mais com forte presença católica.
Em 1997 a comunidade de Ilha Redonda sofreu um
grande impacto ambiental, com a implantação de um lixão a céu aberto, que quase
levou à comunidade a extinção, Foram 9 anos de poluição através de fumaça toxa,
odor e moscas. Na vila da comunidade chegou a existir apenas uma casa.
Atualmente a comunidade de Ilha Redonda e
reconhecida nacionalmente como comunidade Remanescente de Quilombo, depois de
ter travado verdadeiras batalhas com latifundiários que usando de mecanismos
ilícitos tentaram expulsar os negras de suas terras.
Para
saber mais sobre os quilombos do Amapá, basta acessar o BLOG QUILOMBO DO AMAPÁ
Fotografias: Nascimento
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